20 de mar. de 2011

Socorro, Desconhecido!

Eu me perdi. Nesse mar revolto, nessas ondas tristes. Estou em uma ilha, preso e sem alimento, com sede. Não posso beber dessa água. Você pode me ouvir? Porque meu silêncio é um grito preso na solidão de estar perdido. Porque a maré luta contra mim quando eu nado em busca de encontrar. Encontrar o quê? Já nem sei. Você não entenderia. Eu busco algo que não faço ideia, mas é um algo daqueles que, quando aparece, simplesmente se sabe.

Infelizmente não sei se existe algum eu. Perdi-me de mim. Pode me ajudar? Socorro, por favor, eu me quero de volta. Quero o menino que fui, quero as lembranças do que vivi. Eu vivi? Ah, esse mar do esquecimento!, tão cheio de si, acha que pode fazer eu me desencontrar. E eu, tão ingênuo, subestimo-o, porque ele pode. Onde estou? Eu  me perdi ou nunca me encontrei? Mas você não me encontraria, de qualquer modo, já que começo a pensar que morri. Ei, você, acha que ainda vivo? Porque eu nem consigo me enxergar mais nessas linhas que escrevo incessantemente no vento, esperando que alguém as leia enquanto são levadas de mim. No entanto, desconhecido, não posso mandar meus agradecimentos porque desta ilha desesperada já não saio. Porque não sou mais dono do meu eu, que se foi. Falando nisso, estou me procurando, você tem me visto por aí? Porque não posso me alimentar sem mim, porque não posso beber sem mim e muito menos viver sem mim. Então estou morto. Ou nunca estive vivo.

                                                 Alguém ou Ninguém.

S.O.S
(foto por ~tuncaycetin em www.deviantart.com)

7 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o texto.
Extremamente profundo e complexo ao mesmo tempo.
O diálogo entre sobre a pessoa e sua batalha interios esta muito bem descrita.
Parabéns pela originalidade. E eficiência em demonstrar sentimentos, seja de quem for, desta forma tão exata.

Ana Stiehl disse...

Obrigada!

Gabriele disse...

Uma batalha interna descrita de forma excelente.
É tão ruim quando nos perdemos de nós mesmos, de nossa essência.
E ás vezes as forças são tão poucas, quase nada, que esperamos desesperados por alguém que nos socorra.
Belissimo flor. parabéns.

Ana Stiehl disse...

Obrigaaada, foi exatamente isso que eu quis retratar.
Volte sempre!

rafaela ivo, disse...

Se encontrar é tão difícil, e o pior é que não temos a mínima ajuda. Não sei do que gostei mais, se foi do layout, dos textos... ou do fato de você ser gremista que nem eu! HAHA Só sei que estou seguindo, e vim pra ficar!

Ana Stiehl disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Stiehl disse...

Aeeee, obrigada Rafaela! Fico feliz que tenha gostado! *-*
Beijos.