2 de mar. de 2012

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Achei que fôssemos invencíveis, mas as histórias de criança acabaram faz um tempo. Demorou pra eu perceber que estava perdendo o poder de acreditar nas pessoas. Eu sempre quis fazer a pose de menina forte, queria ser aquela que não ia chorar por ninguém. Inexplicavelmente, não sei se me tornei essa pessoa por tanto querer ou se na verdade sempre fui assim: a guria que chora ouvindo uma música, assistindo um filme, olhando alguma fotografia, lendo uma poesia ou qualquer outra coisa, mas que não consegue chorar por si mesma.

Quando eu olho pra trás, agora, vejo que eu realmente acreditei que não houvesse nada no mundo que pudesse nos separar. Que, de algum modo, estaríamos sempre juntos, olhando um pelo outro, cuidando um do outro. Que se um dia um de nós fosse, logo voltaria. Agora eu rio disso, rio porque é irônico, porque, com o tempo, eu mesma me anestesiei, esperando pelo momento onde diríamos adeus. Porque quando se diz adeus, as pessoas não voltam. Nos perdemos de forma boba, em vão. Perdemos quem nem mesmo foi embora. E agora eu te substituí, tu me substituiu, e nós nem mesmo sentimos saudades. E essa história de permanecermos iguais, mesmo quando o tempo passa, é uma mentirinha boa que inventaram pros corações não se partirem antes do tempo. Porque não somos invencíveis, nunca fomos. O tempo sempre vence, no fim das contas. É natural nos deixarmos ir, mesmo que seja uma pena. O sorriso que dirijo a ti é aquele de até logo, que vai virando um tchau e logo mais um adeus; te envio o sorriso de quem não vai chorar por te perder.

Plans of what our futures hold
Foolish lies of growing old
It seems we're so invincible
But the truth is so cold
(Avenged Sevenfold - So far away)