27 de out. de 2010

O diferente é ser normal


Isso é o mais estranho sobre como as coisas mudaram em, o quê, quatro anos?

Desde a minha sétima série eu venho tentando entender a mente dos jovens, a minha própria mente. Todo mundo teve a sua idadezinha rebelde, mas isso parece estar acontecendo cada vez mais tarde, ou então sei lá eu, durando mais. O fato é que quando eu estava na sétima série (e tinha 13 anos), a moda era ser emo. O all star começou a ser comercializado por 80 reais (um abuso, falei) e o preto virou luxo nas rodinhas da gurizada. É, fases são fases, mas aquilo não durou nem um ano, a verdade é essa. Quando se é menor, existe aquela "gana" de chamar a atenção e ser diferente, e realmente isso era difícil há quatro anos atrás, sabe-se lá porquê. E daí? Daí começou a ser mais frequente a história de "quanto mais estranho, melhor". OK, coisa de criança e jovem, o que se pode dizer? 

Agora, francamente! É difícil tu achar um adolescente NORMAL na rua hoje em dia! O normal é ser diferente, o diferente é ser normal e aí ferra tudo porque, para todos os lados que tu olhe, tem gente colorida brigando com gótico, fã de Luan Santana falando mal do Felipe Neto, gente feia na novela com o cabelo parecido com aqueles sertanejos do tempo do ÊPA, mola de telefone dos anos 60 enrolada nos pulsos e tudo o que se pode imaginar. Daí eu digo: O QUE TEM DE DIFERENTE NISSO? Eu até fico indignada, ein. Isso não é diferente daquilo que se vê, daquilo que se ouve. A moral é que é moda gostar de músicas barulhentas e sem sentido, usar roupa colorida pra ser popular, sorrir pra todo mundo e dizer que ama, ser bissexual porque o seu ídolo é, escrever miguxês na internet... Isso não passa de uma verdadeira palhaçada.

O que era usado em protesto antigamente, como o surgimento dos Hippies, que fizeram parte da história, criando um movimento a favor de um ideal, hoje é usado pra escandalizar e não passa de uma farsa. Isso não choca a sociedade; não mais. Todos esses rótulos não nos definem se não há ideais. E não há ideias nas ideias mesquinhas.

3 comentários:

Tota disse...

Eu concordo e discordo. Discordo da criticidade do visual, isso é independente. Mas concordo que hoje em dia, há rótulos, mas não há ideais. Como disse Joseph Campbell n'O Poder do Mito, na sociedade de hoje não temos heróis. No máximo, temos um Capitão Nascimento, que numa camada mais funda, representa a raiva reprimida de uma sociedade que tá se sentindo presa. Mas isso é muito geral. Mas não temos um herói que representa o que nós sentimos, um herói que transcenda as paredes comuns da leitura e/ou da distância e inspire atitudes na juventude, como foram vários nas décadas de 80 e 90.

Mas adequando mais o comentário ao ponto de vista do que tu escreveu, acho que talvez o que faltem pra juventude de hoje sejam heróis que influenciem. Hoje em dia, são veneradas as celebridades. As atitudes não são tão importantes quanto a aparência.

Hoje em dia se vê muita gente vestindo coisas "diferentes", mas não se vê gente agindo da maneira que acha CERTO, e sim da que acha mais legal. Virtudes são exaltadas em músicas, mas não são aplicadas no dia-a-dia. É bonito falar de sentimentos, mas as pessoas perdem muito tempo falando e pensando sobre eles, ao invés de só sentir eles e continuar com a vida.

Mas também, em tempos onde homem compra roupas de mulher e mulher briga por futebol... eu prefiro é ficar por casa, com meia dúzia de cervejas e o meu videogame. E alguns filmes tambem =)

Tota disse...

E legal foi que eu disse que discordo da parte do visual, e depois desci a lenha nisso.

O que eu quis dizer foi que não tem problema o pessoal se vestir diferente, o problema é que isso vira tendência, e o mais importante não é ser si mesmo, e sim ser diferente dos outros, ser o mais colorido, ou coisa do tipo. É essa veneração da diferença que eu não acho saudável.

Ana Stiehl disse...

Falou tudo.

Pode ter parecido que eu disse que não gosto de como as pessoas se vestem. Na verdade, quem sou eu pra falar isso né? Sou brega ao extremo SIUEASOIUIASU, não sei nada de moda, mas enfim. O que eu quis dizer é que muitas pessoas se vestem dessas maneiras não por se identificarem ou se gostarem nas roupas, e sim pra pertencerem a um rótulo social que meio que eleva elas na pirâmide social escolar... Não sei se deu pra entender, mas é isso SOUEAAOIUEOASIU.