A falta de tempo é uma meia verdade. O que acontece é a falta de inspiração e culpamos o tempo por isso. Mas o tempo sempre passa igualmente, todos os dias. E, é claro, o tempo foi inventado por nós, a culpa é nossa, então. A grande verdade é que falta dor. Dor para criar, dor para emocionar, dor para cativar, dor para interessar. É muito bobo escrever sem dor; nada é profundo sem dor. Sentimentos felizes estragam as palavras porque sentimentos felizes não precisam ser compartilhados, é mais uma questão de ego. A dor nos pede, ou nos implora, ou nos obriga a colocá-la para fora. A felicidade, não. Sempre há mais espaço para ela, felicidade nunca é demais, ninguém explode de felicidade. Alguns bons textos podem até parecer felizes, mas procure bem nas estrelinhas: a tristeza está ali fazendo sua parte. Sempre está. Eu diria que a dor me deixou de lado por um tempo, que esqueceu-se de mim, que cansou de brincar comigo, e pode até ser que, em sua grande maioria, ela realmente se foi. Mas sempre há dor em mim. Eu preciso de dor para poder escrever. E simplesmente preciso escrever. Não tem doído o suficiente para que seja ótimo, mas sinceramente tenho aproveitado as férias da tristeza. Porque ela volta sempre mais forte e eu nunca deixei de aproveitar também sua presença. É claro que aqui há dor; não essas dores comuns, essas que nos sufocam até que queiramos gritar, mas há sim, dor, a dor de simplesmente não sentir tanta saudade assim de estar inspirada. Porque estar inspirada dói muito. E, de dor, estamos sempre cheios, não é? Acho que me contento com as pequenas dores de alguém relativamente feliz.
Por enquanto.
15 comentários:
Oi Ana, será que vale fingir ter dor, para poder ter inspiração? Sabe, a experiência de vida me ensinou que doe muito ser feliz,e pra se chegar a ela então!
Beijos
Mônica, eu acho que não conseguimos fingir a dor tanto quanto conseguimos fingir a felicidade. Por isso ela é tão preciosa e tão solitária.
Obrigada por comentar, volte sempre!
Amei!
Isabela, obrigada! *-*
Ana muito bom o teu texto..realmente acho que fingimos a felicidade até pq é bem mais fácil..fingimos quase todos os dias,pq neste mundo parece que quem não é feliz não tem vez...a dor fica escancarado em nossos rostos,em nossas atitudes..bjs
Adorei e me identifiquei haha
Tudo que escrevemos, acaba nos entregando um pouquinho né?
Muito fofo o Peter Pan, estou seguindo!
Nana
Obsession Valley
Obrigada por comentarem meninas, e voltem sempre! =D
Precisa agradecer não haha você escreve muito bem, parabéns!
Ai pode me bater mas ainda não acompanho Bones HAHA, a Ally é mega viciada ela acompanha o David desde de Angel.
Fico muito feliz que você gostou de lá *.*
Obrigada por seguir.
bjs
Nana
Obsession Valley
Ana, aproveito tua juventude e o teu texto para homenagear, com dor, "la niñez de Guatemala".
Con lo propósito de la dor que me duele en mi corazón a los más de 150 mil niños y niñas, muertos - 1991-1996 - sin conecer la sensibilidad, la esperanza. "Ser niño o niña es riesgo, que se le puede explotar, maltratar, prostituir, secuestrar o traficar, abusado, abandonado a la suerte, maltratados por los propios y extraños, o echado a la calle. La orfandad, la pobreza, la desintegración familiar o de violencia intrafamiliar." Entonces, que se quiere de la niñes y de la juventud en presente y en futuro?
Inspiração do escrito em Proden com "Entre el Olvido y La Esperanza", Comissión de los derechos del niño, IV. Editorial Rhosa Gala, Guatemala, 1996.
Obrigada, Paraguaio! =) Muito bonito.
É a pura verdade, nunca na vida encontrei um texto que não houvesse um pouco de dor nas entrelinhas. Você escreve muito bem , parabéns (:
Obrigada! =) Volte sempre.
Concordo. Quando estamos felizes não conseguimos escrever um etxto que explique esse sentimento, simplesmente não há sentido escrever.
Bgs:*
Querida !
Adorei ! Texto, comovente, chocante, e terno.
Ótima semana, beijos !
Obrigada meninas, voltem sempre. =)
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