25 de dez. de 2011

Sinto muito

Sinto muito por sentir de menos ou demonstrar de menos. Sinto pelas crianças que morrem todos os dias, por esse mundo imperfeito, pelas maldades e atrocidades cometidas por nós. Sinto muito pelos sorrisos que não dei, pelas palavras que feriram e pelas vezes que fingi não me importar. Desculpe-me pelas vezes que não soube retribuir o carinho que recebia, se meu olhar não foi suficientemente terno, se as palavras que eu disse mais cortaram do que ajudaram a cicatrizar. Sinto muito por não saber escolher as melhores frases nos melhores momentos, e sinto tanto por não poder acabar com todas as dores do mundo! Sinto muito pelas pessoas que se foram e pelas que ainda irão; sinto por mim, sinto por ser assim e, ainda mais, sinto por não querer deixar de ser imperfeita. Desculpe-me pela sinceridade, pela incapacidade de fingir ou por não notar que fui rude, insensível. E, acima de qualquer coisa, sinto muito por não ser quem você gostaria que eu fosse, sinto muito por não ser uma alegoria às princesas, insuportavelmente perfeitas. Sou essa alegoria às avessas, completamente perdida em minhas desculpas. Mas não sinto muito por isso. Só sinto muito, e muito mesmo, por estarmos longe de não sentir nada.

Um comentário:

Larissa Paschoin disse...

Ah, eu também... Eu sinto tanto...
(Maravilhoso, como sempre, Aninha).